aos seres humanos ou a vertebrados, pois os vetores, como os mosquitos ou as carraças, estão infetados com agentes patogénicos.
O programa REVIVE foi criado através de uma parceria entre a Direção-Geral da Saúde, o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge/ Centro de Estudos de Vetores de Doenças Infeciosas e as Administrações Regionais de Saúde.
O concelho de Moura integra este programa devido à proximidade do Alqueva. Este lago artificial poderá ser um forte local de desenvolvimento de vetores devido às suas característica que são ideias para o desenvolvimento destes.
Tem como objetivo determinar o nível de risco associado à presença de culicídeos (mosquitos) no território português.
Mais tarde o objetivo foi alargado, acabando por abranger na investigação a caraterização dos ixodídeos (carraças).
O Programa REVIVE deve ser aplicado durante todo o ano, mas dá especial atenção aos meses secos, pois é nestes que as espécies em causa se encontram mais ativas.
Resultados
Todos os resultados obtidos das capturas nos Serviços de Saúde Pública e dos estudos do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, são divulgados para toda a população.
Atividades Desenvolvidas no Serviço de Saúde Pública
Durante esta semana, mais especificamente nos dias 7,8 e 9 de Outubro de 2013, foram realizadas atividades relacionadas com o programa REVIVE.
Culidídeos (Mosquitos)
No dia 7, foi apenas colocada a armadilha para mosquitos adultos, num terrenos junto a Moura.
A armadilha é constituída por um saco de rede, uma ventoinha, uma bateria, luzes ultravioleta e um recipiente de plástico. Junto da armadilha deixa-se um saco com
gelo seco (Dióxido de Carbono na sua forma sólida e visível), que serve para atrair os vetores para a armadilha. Também é coloca junto da armadilha, um aparelho medidor de temperaturas e de níveis de humidade registados durante o processo de captura. Este processo deve ser realizado ao fim da tarde e só se deve fazer a recolha no outro dia pela manhã.
No dia seguinte (dia 8 de Outubro), realizámos a recolha da armadilha pela manhã, selando assim o saco de rede que capturou os mosquitos, de modo a evitar a sua fuga.
De seguida fizemos recolha de larvas e pupas de mosquitos, num lago artificial de um jardim público de Moura. Estes foram colocados em recipientes próprios da atividade (frascos de plástico).
Após estas duas recolhas, dirigimos-nos ao Centro de Saúde para colocar os recipientes com os mosquitos capturados, num frigorífico para que a sua atividade fosse reduzida e assim a sua transferência para outros recipientes fosse mais simples.
Ao fim da tarde, a armadilha voltou a ser instalada, desta vez na ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Moura. O sistema utilizado foi igual ao que já descrevi em cima.
Por fim, no dia 9 de Outubro, pela manhã recolhemos a armadilha do local. Foi realizada uma nova recolha de larvas de mosquito, desta vez num bebedouro de animais, numa herdade junto de Moura.
Da parte da tarde, após uma estadia no frigorífico para a sua inativação, os mosquitos foram transferidos para os recipientes indicados.
Os recipientes foram devidamente etiquetados e colocados numa caixa de esferovite com um recipiente refrigerador.
Os frascos foram envolvidos em plástico para ficarem selados, a caixa foi cheia de papel para imobilizar os frascos.Depois a caixa foi fechada e selada com adesivo.
A este processo dá-se o nome de Triple Packaging. E assim a caixa estava pronta para ser enviada para o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge.
Ixodídeos (Carraças)
A recolha de carraças começou a ser realizada no dia 8 de manhã num terreno junto a Moura.
Foi necessário tomar alguma medidas preventivas para a recolha de carraças.
As roupas tiveram de ser claras, para que fosse fácil a identificação de uma carraça no nosso corpo, meias compridas brancas por cima das calças, para evitar qualquer tipo de entrada de insetos na roupa e assim evitar contato com o corpo. Mas neste tipo de capturas, deve ser utilizado um fato de macaco branco, que providencia maior proteção.
Foi utilizada uma bandeira de captura, de cor branca e de tecido grosso e áspero.
No dia seguite, foi utilizado o mesmo sistema para proteção pessoal, mas desta vez a recolha foi realizada de dois modos: com a bandeira de captura e diretamente num animal (cão), que se encontrava com este tipo de parasitas.
Esta recolha foi realizada numa quinta em Moura.
O destino final dos animais capturados foi o mesmo que o dos mosquitos e o processo foi igual ao a cima referido.
Área de intervenção do Técnico de Saúde Ambiental (TSA)
Participei nesta atividade, pois é uma atividade desenvolvida pela Serviço de Saúde Pública no qual estou inserido.
Esta atividade é desenvolvida pelo TSA, porque uma das suas áreas de intervenção referidas no
Decreto-Lei 117/95 de 30 de Maio, Artigo 3º, ponto 2, alínea a), diz que o TSA desenvolve:
"Proteção Sanitária básica e luta contra meios e agentes de transmissão de doença..."
Como medida de controlo e até mesmo de eliminação de mosquitos portadores de doenças, existem várias opções inovadores.. Por exemplo a Agência Espacial Europeia está a desenvolver um projeto, que visa localizar os mosquitos portadores de doença e as suas movimentações, através de um satélite.
O projeto tem o nome de VECMAP, isto é um mapa de vetores.
Para que na Europa as vagas de mosquitos e as doenças que estes transmitem não se tornem uma ameaça à Saúde Pública, é necessário realizar uma vigilância rígida e fazer a população entender que é bastante importante a sua prevenção.