sexta-feira, dezembro 06, 2013

Reflexão final

Para dar início a este III Estágio Curricular, foi necessário primeiro que tudo, escolher o local para onde queríamos ir.

De imediato a minha escolha e da minha colega Vanda foi o Serviço de Saúde Pública de Moura. Mas o grupo não estava completo e assim surgiu o último elemento, o nosso colega Flávio.

Decidimos de imediato que as nossas deslocações seriam diárias, apesar se sabermos que seria um pouco cansativo, mas a motivação estava no máximo.

Demos então início a este estágio e no primeiro dia ficámos a conhecer todas as pessoas envolvidas no serviço. Fomos bem recebidos e fomos acolhidos como elementos do centro de Saúde.
Toda esta motivação fez com cada dia fosse diferente e entusiasmante.

Realizámos muitas das atividades que um Técnico de Saúde Ambiental desenvolve, como por exemplo vigilância sanitária de estabelecimentos de educação e ensino, de restauração e bebidas, cabeleireiro, vistorias a unidades privadas de saúde, colheitas de água e também na área da Saúde Escolar.

Em todas as atividades que estive envolvido, a que mais achei interessante foi o programa "Lancheira Sorriso em Movimento". Este permitiu verificar as condições alimentares das crianças, mas o mais significativo foi a interação com elas. Foi bastante gratificante ensinar-lhes uma música sobre poupar água, realizar o jogo da glória com eles e também ensinar-lhes através de fantoches bons hábitos alimentares e de higiene.

Também foi muito interessante a nível pessoal trabalhar com crianças de etnia cigana, pois estes demonstravam bons níveis de concentração e absorviam todo o conhecimento que nós lhes transmitíamos. Este tipo de projetos ajuda bastante à sua integração na comunidade.

A nível pessoal com os meus colegas, Flávio e Vanda, desenvolvemos um grande sentido de responsabilidade e organização, por trabalharmos em conjunto.

Por fim, a pessoa mais importante para todo este estágio e para a nossa evolução: a Técnica de Saúde Ambiental Ana Mafalda.
Agradeço-lhe toda a disponibilidade que sempre teve par nos esclarecer dúvidas e nos mostrar novas técnicas. Obrigado por nos integrar tão bem no serviço de Saúde Pública de Moura.

Agradeço também a toda a equipa da Saúde Escolar.

Obrigado a todos os elementos do Centro de Saúde de Moura por nos terem recebido tão bem.

Até à próxima !!!!!!!

quarta-feira, dezembro 04, 2013

Águas: consumo humano, recreativas e mineral


Água para consumo humano “é toda a água no seu estado original, ou após tratamento, destinada a ser bebida, a cozinhar, à preparação de alimentos, à higiene pessoal ou a outros fins domésticos, independentemente da sua origem e de ser fornecida a partir de uma rede de distribuição, de um camião ou navio-cisterna, em garrafas ou outros recipientes, com ou sem fins comerciais sendo  toda a água utilizada numa empresa da indústria alimentar para fabrico, transformação, conservação ou comercialização de produtos ou substâncias destinados ao consumo humano, assim como a utilizada na limpeza de superfícies, objectos e materiais que podem estar em contacto com os alimentos, excepto quando a utilização dessa água não afecta a salubridade do género alimentício na sua forma acabada.”

O Decreto-Lei 306/2007, de 27 deAgosto que tem como objectivo “estabelecer o regime da qualidade da água destinada ao consumo humano, tendo por objectivo proteger a saúde humana dos efeitos nocivos resultantes da eventual contaminação dessa agua e assegurar a disponibilização tendencialmente universal de água salubre, limpa e desejavelmente equilibrada na sua composição.”

A Técnica de Saúde Ambiental faz análises complementares para verificação da qualidade da água para consumo do público, sendo assegurada de forma regular e periódica a vigilância sanitária da qualidade da água para consumo humano.

Os pontos de colheita devem ser torneiras do consumidor normalmente utilizadas para consumo humano.


Colheita para análise microbiológica

Para desenvolver toda a colheita deve-se:

Desinfectar a torneira por flamejamento;

Abrir a torneira, deixar escoar com fluxo máximo, depois reduzi-lo e deixar correr a água o tempo suficiente para eliminar qualquer vestígio do desinfectante;

Sem fechar a torneira, deve recolher, a amostra em frasco estéril para a análise dos parâmetros microbiológicos, garantindo condições de assepsia;

Para evitar contaminações, deve garantir que as mãos estão limpas ou são usadas luvas estéreis e que o frasco estéril só está aberto pelo período de tempo estritamente necessário;






Colheita para Análise Química

É necessário enxaguar três vezes o frasco e a tampa, este procedimento repete-se para as colheitas de todos os parâmetros com excepção da análise ao níquel, chumbo e cobre.

Nesta análise deve-se:
Recolher uma amostra para a determinação imediata, no local, do desinfectante residual, o qual é o cloro residual;
Verificar o pH e registar no boletim;
Registar o valor na folha de registo da colheita.Todos os frascos devem ser devidamente identificados, colocá-los em malas térmicas devidamente limpas e com acumuladores de frio, de modo a garantir a correcta refrigeração das amostras, até ao laboratório.






Nas folhas das colheitas constam 3 tipo de análise:

P1 – representam colheita bacteriológica (Bactérias coliformes, E.Coli, pH e desinfectante residual).

P2 – reúnem todos os parâmetros anteriores mas também tem uma vertente físico-química (colónias a 22ºC e a 35ºC,oxidabilidade, ferro, alumínio, nitratos, manganês, e flúor)

P3 – abrangem todos os parâmetros das duas colheitas anteriores mas incluem também a análise ao níquel, chumbo e cobre.



Águas recreativas




Foram realizadas colheitas de água a piscinas públicas, pertencentes à Câmara Municipal.

Piscina de uso público é onde se realiza a prática de natação e as actividades de animação aquática correlacionadas constituem o objectivo.

Foram efectuadas colheitas bacteriológicas à superfície e em profundidade tal como colheitas físico-químicas.

Na altura da colheita deve-se efectuar uma avaliação qualitativa sobre a água do tanque, mais precisamente:

A cor da água, presença de sólidos em suspensão;

A temperatura da água;

O valor do pH;

Os valores do desinfectante total e livre utilizado.


Na colheita para análise bacteriológica o local de colheita deve ser junto do rebordo interno, no ponto mais afastado da entrada de água na piscina.


Na colheita de superfície devemos desinfectar as mãos, caso não tenhamos luvas, proceder à devida identificação da amostra e retirar a tampa do frasco esterilizado, junto à água.

A tampa deve ser conservada na mão, segurando-a com a parte inferior voltada para baixo.

Encher o frasco (não deve ser cheio completamente) executando pequenos movimentos circulares e lentos à superfície da água.

Depois de cheio deve-se retirá-lo e fechá-lo bem, acondicionando o frasco na mala térmica.

Já na colheita de profundidade começamos por prender as cordas aos dispositivos da armação do frasco, mantendo este dentro da caixa de protecção, de seguida submerge-se o frasco até à profundidade pretendida.
Movimenta-se a corda de abertura do frasco e depois de cheio, fechar o frasco e retirá-lo. Este volta para a caixa metálica e ai permanece até à sua entrega no laboratório.

A colheita para análise química deve ser junto a uma das saídas de água. os procedimentos devem ser semelhantes aos da colheita em profundidade destinada à analise bacteriológica.

Água Mineral


Realizámos colheitas de água mineral para análise bacteriológica a uma indústria alimentar de engarrafamento de águas mineral natural gaseificada.
Os pontos seleccionados para as colheitas foram em duas captações junto da indústria.

O Decreto-Lei156/98, de 6 de Junho que caracteriza as águas minerais naturais e as águas de nascente e estabelece regras relativas à sua exploração, acondicionamento e comercialização de forma generalizada.

A água mineral natural tem características próprias porque não pode ser sujeita a nenhum tratamento que altere a sua composição tal como se apresenta à saída da nascente, incluindo tratamentos de desinfecção, e não pode ser objecto de qualquer outra adição para além da incorporação ou reincorporação de gás carbónico.

O Serviço de Saúde Pública de Moura realiza três análises anuais complementares de vigilância sanitária sendo que a entidade gestora deve efectuar análises periódicas para verificar se a agua se encontra conforme a legislação aplicável.
O procedimento de colheita é igual ao procedimento da colheita microbiológica para água de consumo humano, já em cima referida.

terça-feira, dezembro 03, 2013

Vigilância Higio-Sanitária de Estabelecimentos de restauração e bebidas

Com vista a abordar a maioria das áreas abrangidas pelas vigilâncias higio-sanitárias, a Técnica de Saúde Ambiental, realizou uma vistoria a um estabelecimento de restauração e bebidas, na cidade de Moura.

Estabelecimento de restauração e bebidas- definição

Segundo o Decreto-lei nº 215 de 2011, é considerado um estabelecimento de restauração e bebidas, "os estabelecimentos destinados a prestar, mediante remuneração, serviços de alimentação e de bebidas no próprio estabelecimento ou fora dele, incluindo outros locais de prestação daqueles serviços através da atividade de catering e a oferta de serviços de banquete ou outras, desde que habitualmente efetuados, entendendo-se como tal a execução de, pelo menos 10 eventos anuais."


Deslocámos-nos para local e ao chegarmos foi necessário colocar o vestuário adequado para este género de vistorias.

Ao começar a percorrer o estabelecimento, foram-se detectando erros que devem ser corrigidos por parte do proprietário, de modo a não afetar os alimentos que posteriormente serão servidos aos clientes.
Percorremos a área de serviço, a cozinha, a copa, os vestiários e as instalações sanitárias, a área destinada a clientes

Após toda a vistoria foi realizada um lista de recomendações para que o dono do estabelecimento proceda às alterações.



Algumas das alterações propostas foram as seguintes:

O estabelecimento deve adotar métodos ou equipamentos que permitam assegurar a separação dos resíduos de forma a promover a sua valorização (reciclagem). (ponto 5, artigo 5º da Portaria 215/2011 de 31 de Maio);


Devem ser afixados os planos de segurança do edifício;


Retirar a cortina e fechar o local do contador da água com material lavável e desinfetável; 


Substituir o armário de madeira, por outro de material resistente, lavável e inócuo. (ponto 6, artigo 7º, Portaria nº 215/2011 de 30 de Maio);


Na copa suja deve existir uma máquina de lavar loiça. (ponto 9, artigo 7º, Portaria nº 215/2011 de 30 de Maio).

Após estas propostas estarem efetuadas, o risco de origem alimentar diminuirá pois já existirá um melhor acondicionamento e evitará o contato destes com outro tipo de produtos que poderão ser prejudiciais a estes.

Aqui fica um pequeno quadro que mostra a origem dos perigos alimentares.



Fonte: asae.pt

Hoje em dia, por todo o nosso país a segurança alimentar é um tema bastante abordado e posto em prática. Este tema é visto como uma forma de contornar patologias de origem alimentar mas também uma forma de contornar desperdícios e ser integrada na sustentabilidade de uma empresa.

Exemplo disso é a empresa SONAE, que para minimizar gastos com alimentos de baixa qualidade o até mesmo degradados, decidiu apostar na própria produção e controlo de géneros alimentícios.
Para que o cliente esteja satisfeito decidiram aumentar a qualidade dos seus produtos, criando centros de produção em vários locais do país.
Para que os alimentos estejam dentro dos padrões de qualidade, este são monitorizados, testados e auditados internamente e por laboratórios externos.

Assim sendo o maior uma das melhores formas de prevenir doenças é controlar os produtos desde a sua colheita até à ao consumidor. Se cada cidadão tiver consciência da importância desta área, poderá utilizar este tipo de controlo na sua própria casa e se for o caso no seu local de trabalho.

Vigilância Higio-Sanitária de salões de Cabeleiro

Foi realizada uma vistoria a um salão de cabeleireiro, pois este género de estabelecimentos também se insere na vigilância higio-sanitária de estabelecimentos.

Este cabeleireiro foi escolhido aleatoriamente para ser alvo da vistoria.

O que é um cabeleireiro?

Cabeleireiro é o indivíduo cuja a profissão é cortar e pentear o cabelo das outras pessoas e é também considerado como o estabelecimento onde este profissionais desempenham as suas funções.


Após a realização da vistoria, foram assinalados alguns pontos, os quais deviam ser corrigidos pela proprietária do estabelecimento. Algumas recomendações transmitidas foram as seguintes:


  • Colocar armário para produtos de limpeza e identifica-lo corretamente;
  • Substituir  toalha e respetivo suporte por toalhas descartáveis nas I.S;
  • Colocar ventilação forçada junto da  zona de preparação e aplicação de produtos químicos;
  • Esterilizar equipamentos reutilizáveis periodicamente;
  • Substituir contentor de resíduos, por um com tampa de acionamento não manual;
Como é possível verificar, muitos dos problemas apontados têm origem na organização e funcionamento do espaço.
Ao serem cumpridos os requisitos propostos, a proprietária poderá verificar que ao desenvolver a sua atividade diária desta forma, irá trazer lhe benefícios e também aos seus clientes.

O cabeleireiro (estabelecimento) tem de ser um espaço que minimize todos os riscos que podem comprometer o trabalhador e o cliente.

Segundo a ACT (Autoridade para as Condições do Trabalho), no documento sobre "Segurança e Bem-estar nos salões de cabeleireiro" , "como os riscos são inerentes à atividade humana, haverá que evitá-los, caso não seja possível, avaliá-los e de preferência, combatê-los na origem.".

Uma das recomendações dadas à proprietária, foi a instalação de ventilação no espaço onde realiza a preparação e aplicação dos produtos químicos, este é um dos pontos também referidos no documento em cima apontado.

Que problemas podem causar os químicos utilizados neste salões?

Este químicos podem provocar patologias cutâneas e respiratórias, podendo também causar em casos mais extremos como cancros.
Todos estes produtos para serem comercializados têm de estar de acordo com o Decreto-Lei nº 296/98 de 25 de Setembro. Cabe ao Infarmed- Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento, desencadear os procedimentos adequados à defesa da saúde pública, quando existam produtos prejudiciais que causem dano na população.

Outro dos ponto que pode afetar estes profissionais, são as perturbações músculo-esqueléticas.
Estas geralmente perturbam a zona cervical, ombros e pulso, devido a posturas incorretas durante o período laboral.
É uma profissão de movimentos repetitivos, que provam pressão a nível da coluna-vertebral.

Por último e não menos importantes, encontram-se os riscos biológicos.
É considerado um risco de baixo nível neste tipo de atividade, mas os funcionários e mesmo outros clientes podem estar em contato com indivíduos que portem doenças contagiosas como a SIDA ou a hepatite B.
Por este motivos é necessária a desinfeção periódica de todos os instrumentos e equipamentos de trabalho. Este último é mais um dos pontos a corrigir pela proprietária do estabelecimento, que se encontra na lista
de recomendações.

Na Europa existe uma política de melhoramento deste género de estabelecimentos por parte dos pórprios profissionais.
Como forma de proporcionarem um ambiente mais saudável e seguro para as sua tarefas, "o sindicato UNI Europa Hair & Beauty e a associação patronal do setor cabeleireiro, Coiffure EU, chegaram a acordo sobre um conjunto de diretrizes dirigidas aos cabeleireiros".
Segundo estas fontes, esta é uma das profissões com mais probabilidade de contrair doenças de pele, de origem ocupacional.

Sindicato de cabeleireiros e associação patronal entram em acordo - Notícia

Do meu ponto de vistas, este aspetos em cima referidos são bastante importantes, pois permitem, tanto ao cliente como o funcionário, terem um ambiente mais saudável e propício a todo este setor.
Desinfetando os instrumentos e utilizando material descartável diminui o risco de contrair doenças através de fatores biológico, se forem utilizadas posturas corretas irão reduzir os problemas músculo-esqueléticos e por fim com uma ventilação adequado podem evitar-se patologias nas vias respiratória, tais como irritações.




domingo, dezembro 01, 2013

Jogo da Glória e Fantoches "No Poupar é que está o banho"

 O Serviço de Saúde Pública de Moura no qual estou inserido, tem muitos projetos a desenvolver com as crianças do concelho.

Muitas destas, estão integradas no projeto "Lancheira Sorriso em Movimento", já referido em outro post.

Desta vez, optou-se por construir um jogo, que demonstrasse hábitos alimentares, medidas de higiene pessoal, exercícios físicos próprios para crianças e jogos tradicionais.
Estes temas foram escolhidos, pois é cada vez mais necessário mostrar à população mais nova, que o estilo de vida saudável e sustentável é bastante importante.
O jogo foi desenvolvido em duas escolas do conselho. Foi interessante a experiência de ver as crianças a interagirem, a desenvolverem a suas capacidades físicas, a ganharem novos hábitos nas suas vidas.

O Jogo da Glória tem por objetivo desenvolver a parte motora e cognitiva da criança(exercícios físicos, frases sobre alimentação), e pretende também desenvolver as relações pessoais entre os alunos.  (jogos tradicionais em grupo).
































Para dar continuação ao tema deste projeto, "No poupar é que está o banho", realizámos um teatro de fantoches para os alunos. A temática relacionava-se com a poupança de água nas tarefas do dia-a-dia de cada um de nós.

As crianças voltaram a ver a Ritinha e o Joãozinho, já protagonistas do teatro anterior, mais um novo amigo que é o gato Malaquias.

História dos fantoches: No poupar é que esta o banho

O Joãozinho não sabia o que significava poupar água
Quando escovava os dentes deixava a torneira aberta,
      Quando tomava banho, enquanto se ensaboava, nunca fechava a torneira.
Um dia apanhou um susto…e percebeu a importância de poupar água.
Depois de andar a brincar, o Malaquias ficou com sede.
Mas quando foi abrir a torneira…
O Joãozinho ficou muito triste porque o seu melhor amigo tinha sede e ele não tinha água para lhe dar.
Quando a Ritinha chegou e o viu a chorar
Após o acontecido, a mãe do Joãozinho arranjou a torneira. E o Joãozinho já conseguiu dar água ao seu gato.
A partir desse dia o Joãozinho começou a poupar água.
Sempre que não precisava da torneira aberta, desligava-a e depois tornava a liga- la para terminar a tarefa.
A água é um recurso natural esgotável, pois apesar da existência de grande volume de água na terra apenas uma pequena parte, muito pequena pode ser utilizada para o consumo humano.
































É importante transmitir estas ideias de uma vida saudável e sustentável, para que as crianças evitem ou pelo menos reduzam os novos hábitos de uma sociedade cada vez mais sedentária, e em que é fácil degradar a saúde do ser humano.

Foi criada uma página pela Direção Geral de Saúde, que fornece informação para combater a obesidade e que tem os seguintes objetivos:
"Aumentar o conhecimento sobre os consumos alimentares da população portuguesa, seus determinantes e consequências.
Modificar a disponibilidade de certos alimentos, nomeadamente em ambiente escolar, laboral e em espaços públicos.
Informar e capacitar para a compra, confeção e armazenamento de alimentos saudáveis, em especial aos grupos mais desfavorecidos.
Identificar e promover ações transversais que incentivem o consumo de alimentos de boa qualidade nutricional de forma articulada e integrada com outros setores, nomeadamente da agricultura, desporto, ambiente, educação, segurança social e autarquias.
Melhorar a qualificação e o modo de atuação dos diferentes profissionais que pela sua atividade, possam influenciar conhecimentos, atitudes e comportamentos na área alimentar."
Por vezes é necessário informar, para que a população queira ser informada. 
Em suma, é bastante importante todo o trabalho desenvolvido pelas Unidades de Saúde Pública na formação dos hábitos de higiene e alimentares de uma criança, para que a estrutura de uma futura sociedade seja mais resistente a este tipo de "vícios".

domingo, novembro 17, 2013

Vigilância Higio-Sanitária de estabelecimentos de educação e ensino

Para que estes dois meses de estágio sejam o mais produtivos possível, a Técnica de Saúde Ambiental que nos acompanha, tenta diversificar ao máximo todas as atividades que desenvolvemos. Desta vez a atividade proposta foi a vistoria a dois estabelecimentos de educação e ensino.

Este tipo de vistoria tem vindo a realizar-se ao longo dos anos, mas este ano ganham outro tipo de importância, pois vem estipulado no Programa Nacional de Saúde Escolar que se deve "Avaliar o risco ambiental relacionado com as condições de segurança, higiene e saúde das Escolas e do espaço peri Escolar" .
Assim é necessária uma maior vigilância sobre todos os fatores ambientais que podem afetar diretamente as crianças, porque estas necessitam das melhores condições para desenvolverem a sua educação e ensino sem qualquer tipo de distúrbios.

"...A concepção da Escola, a sua localização, a qualidade do ar interior e exterior, a segurança dos espaços de recreio e respetivos equipamentos, o acesso a luz natural e a sombras adequadas, a qualidade dos espaços para a prática da atividade física, as instalações adequadas para a confecção e venda de alimentos são condições essenciais para a saúde da comunidade educativa..." do Programa Nacional de Saúde Escolar.

Área de intervenção do Técnico de Saúde Ambiental

O técnico de Saúde Ambiental intervem em várias área, sendo uma desta a parte escolar.
Por isso de acordo com as suas qualificações, o TSA intervem na parte de Higiene do habitat e promoção da salubridade urbana e rural e principalmente na área da Saúde Escolar.



Após o primeiro contato com toda a legislação relacionada com Saúde Escolar, avançamos para o primeiro local que iria receber a nossa visita.
Foi iniciada a vistoria, em que a equipa era composta pelos três estagiários de Saúde Ambiental, a Técnica de Saúde Ambiental e para nos guiar, uma funcionária do estabelecimento.
Este englobava jardim de infância e escola primária.
Foram visitados os dois espaços em momentos distintos, sendo observada a parte do ensino básico primeiro e só depois a de jardim de infância.

Deve-se referir no geral, que a escola encontrava-se com múltiplas falhas em áreas como higiene e segurança.

Algumas das medidas propostas para melhor a sua organização em termos das a´reas em cima referidas foram:

- Considerar um espaço destinado ao isolamento das crianças que adoeçam subitamente e à prestação de cuidados básicos de saúde;

- O espaço destinado à armazenagem de produtos e equipamentos de limpeza devem ser devidamente ventilado, identificado e com os produtos devidamente rotulados e organizados;

- Em relação as pessoas com mobilidade condicionada, devem existir instalações sanitárias adequadas, devidamente identificadas e devem igualmente dispor de um equipamento de alarme, de acordo com os requisitos da legislação em vigor (Decreto – lei nº 163/2006 de 8 de Agosto, anexo, capitulo 2, secção 2.9), tal como as portas devem possuir zonas de manobra desobstruída e de nível com dimensões que satisfaçam o definido na legislação (Decreto – lei n º 163/2006 de 8 de Agosto, anexo, capitulo 2, secção 4.9)

- Providenciar a sinalização para as portas das salas;

- Providenciar as grelhas para os tapetes das entradas;

- Todos os extintores devem ser munidos de sinalização fotoluminescente, bem como proceder a revisão dos mesmos, mediante legislação em vigor (Decreto – lei n º 243/86 de 20 de Agosto; capitulo IX, artigo 36);

- Devem ser afixados os planos de segurança do edifício.

Esta são algumas da muitas medidas propostas, sendo estas a mais simples de resolver de imediato, pois existem condições suficientes para a sua aplicação.

Passado alguns dias deslocamos-nos ao segundo estabelecimento a ser vistoriado, este apenas acolhia ensino básico. 

A equipa era composta por o mesmo número de elementos vindos do Serviço de Saúde Pública de Moura, sendo acompanhados por uma funcionária do local.

Como o estabelecimento anterior foram encontradas falhas na higiene e segurança, mas mostrava estar em melhores condições do que o estabelecimento anteriormente visitado.

As medidas gerais propostas para esta escola, e que deviam ter uma ação imediata foram as seguintes:

- Tomadas sem proteção na sala de aula;

- Pavimento das salas em mau estado;

- Sobrecarga de fichas elétricas e ligações;

- Sinalização de saída de emergência avariada;

- Escadas com perigo de queda para os utilizadores;

- Todos os extintores devem ser munidos de sinalização fotoluminescente, bem como proceder a revisão dos mesmos, mediante legislação em vigor (Decreto – lei n º 243/86 de 20 de Agosto; capitulo IX, artigo 36);

- Colocar a sinalização correta nos armários e quadros elétricos;

- Colocar dísticos de proibição de fumar mediante legislação em vigor ( Lei nº 37/2007 14 Agosto);

- Devem ser afixados os planos de segurança do edifício.  
  



No fim de ambas a vistorias e trabalhados os resultados obtidos através do preenchimento da checklist criada pela Direção Geral da Saúde, verificam-se que os problemas entre estabelecimentos é muito semelhante. As entidades responsáveis pela requalificação têm vindo a trabalhar no sentido da melhoria, mas por vezes demora alguns anos a acontecer.
Cada tipo de edifício tem entidades responsáveis diferente como por exemplo: Jardins de Infância e EB1´s responsabilidade da Câmara Municipal e 2º ciclo, 3º ciclo e Secundária são da responsabilidade da Direção Regional de Educação.
Todos os dados reunidos e as recomendações transmitidas às entidades, são colocadas numa plataforma criada pela Direção Geral de Saúde para esse efeito.
Esta requalificação é necessária, pois as crianças precisam de espaços adequados para a sua aprendizagem e seguros para o seu desenvolvimento motor e cognitivo.

Os pontos desenvolvidos pelo Plano Nacional de Saúde Escolar em Portugal, têm em vista melhorar fatores ambientais e físicos nas escolas.

No caso do Brasil a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão define objetivos mais básicos para uma melhor formação nas suas escolas. Sendo uma comunidade em crescimento, tentam inserir na suas escolas pontos mais básicos, para que se criem estruturas par uma sociedade mais organizada. Por exemplo o Programa Saúde Escolar, "visa à integração e articulação permanente da educação e da saúde, proporcionando melhoria da qualidade de vida da população brasileira."
Tem como objetivo, "contribuir para a formação integral dos estudantes por meio de ações de promoção, prevenção e atenção à saúde, com vistas ao enfrentamento das vulnerabilidades que comprometem o pleno desenvolvimento de crianças e jovens da rede pública de ensino."

Em suma, o exemplo português demonstra que os objetivos a melhorar nas nossas escolas são mais avançados dos que os brasileiros, pois estes últimos apenas estão a desenvolver e a criar as condições básicas para os seus estudantes.

sábado, novembro 09, 2013

Vistoria a Unidade Privada de Saúde

No âmbito do estágio no Serviço Saúde Pública de Moura, foi realizada uma vistoria a uma Unidade Privada de Saúde, mais propriamente a uma Policlínica.

Unidades privadas de saúde: o que são?

Qualquer estabelecimento, que não esteja integrado no Serviço Nacional de Saúde, onde se desenvolvem atividades que tenham o objetivo da prestação de serviços de saúde, é considerado, uma Unidade Privada de Serviços de Saúde.

O que é uma Policlínica?

Define-se por Policlínica, um estabelecimento de saúde, que fornece assistência ao seu utente mais do que uma especialidade, das áreas de saúde.



Área de intervenção do TSA

O técnico de Saúde Ambiental atua nesta área, pois duas das atividades que desenvolve são "...Proteção sanitária básica e luta contra meios e agentes de transmissão de doença..." e "...Higiene do habitat e promoção da salubridade urbana e rural...", de acordo com o Decreto-lei 117/95 de 30 de Maio.

Como todas as atividades realizadas por um Técnico de Saúde Ambiental, esta também exigiu algum estudo prévio de toda a legislação envolvente e também da situação em que se encontrava o estabelecimento que seria alvo da vistoria.

No dia em que nos deslocámos à Vila de Barrancos, dirigimos-nos à Policlínica para iniciar a vistoria do local, sendo a parte de Clínica Dentária a preferencial para verificar.


Foi utilizada uma ficha de verificação (checklist) que é disponibilizada pela Direção Geral da Saúde, que uniformiza e qualifica a informação no processo de vigilância.

Foram encontrados no local alguns erros de organização, como por exemplo a não afixação dos procedimentos a adotar em caso de emergência, de acordo com o Artigo 4º da Portaria nº 268/2010 de 12 de Maio.

A nível de documentação necessária do estabelecimento, o proprietário deveria deter todos os documentos nas instalações, mesmo que fossem cópias destes. Os documentos referidos anteriormente são o bilhete de identificação singular e/ou coletivo, e também devem estar presentes os contratos celebrados com terceiros (Artigos 7º,8º e 12º da Portaria nº 268/2010 de 12 de Maio).

Em relação a toda a logística do estabelecimento, devem ser visto o seguinte facto: devem proceder a uma alteração do circuito de lavagem e esterilização do material sujo (Artigo 16º da Portaria nº 268/2010 de 12 de Maio).

O estabelecimento deverá também estar provido de carrinhos fechados, para objetos contaminados que sejam transportados para a zona suja (Artigo 16º da Portaria nº 268/2010 de 12 de Maio)

Em termos de Área do Pessoal, os trabalhadores deveriam usufruir de cacifos individuais, o que neste caso não se verificava, (Artigo 18º da Portaria nº 268/2010 de 12 de Maio).

Em relação ao gabinete de clínica dentária em si, necessitava de tomadas elétricas em número suficiente para cada tipo de equipamento, de uma tina de comando não manual, o material esterilizado deve estar devidamente separado e identificado, higienizar periodicamente o local de acondicionamento dos materiais,
colocar contentores de resíduos com pedal e proceder à reparação das tubagens da cadeira de dentista, medidas propostas de acordo com Artigos 16º e 18º da Portaria nº 268/2010 de 12 de Maio.

Legislação utilizada:
Autoridade de Saúde
Portaria nº 268/2010 de 12 de Maio
117/95 de 30 de Maio


Após identificadas estas inconformidades, o proprietário terá acesso a um relatório para que possa proceder a todas as reparações ou alterações.

sábado, novembro 02, 2013

"Fantoches em Movimento"

O projeto LSM- Lancheira Sorriso em movimento, tenta transmitir ás crianças hábitos saudáveis para o seu dia-a-dia.

Então, foi neste contexto que foi realizada uma sessão de fantoches para os alunos que estão a ser acompanhados neste projeto. Através destes fantoches foi contada uma história, que referia a importância de uma alimentação variada e saudável.
 Existiam dois personagens, a Ritinha e o Joãzinho, quem lhes deu voz fui eu e a minha colega Vanda, sendo o nosso colega Flávio o narrador. Demonstramos-lhes  que frutas deveriam comer, como tornar o consumo de sopa mais divertido. para podendo ser eles a escolher que tipo de legumes querem na sua sopa e até mesmo dar-lhe um nome, como o leite é importante para os dentes e ossos e até mesmo a importância da água no seu corpo.

A sessão foi realizada entre os dias 15 e 17 de Outubro, visto que o dia da Alimentação foi comemorado no passado dia 16, dando assim contexto para realização deste evento.

No primeiro dia a sessão foi realizada para uma turma do 2º Ano, da Escola Básica da Porta Nova.


No dia seguinte deslocamos-nos à Creche/Centro Infantil Nossa Senhora do Carmo, onde realizamos três sessões para diferentes faixas etárias. Estas turmas não pertencem ao projeto LSM, mas por ser o Dia Mundial da Alimentação, foi-nos solicitado a sua apresentação. O que observámos com estas crianças de diferentes idades, é que todos assimilam bastante bem a informação fornecida, diferindo apenas a maneira com eles próprios tentam transmiti-la. Neste caso denota-se a influência da idade e do desenvolvimento cognitivo e verbal.




No último dia, o nosso destino foi o Agrupamentos de Escolas da Amareleja, onde realizámos a sessão para aluno do 2º Ano de escolaridade. Foram bastante comunicativos com todos os presentes e mostraram o seu conhecimento geral sobre o tema.

Em todos estas sessões foram fornecidas imagens para colorir, de modo a ajudar os intervenientes da ação, a memorizar toda a informação transmitida.

Foi bastante gratificante participar nesta atividade, pois como futuro Técnico de Saúde Ambiental é necessário informar as bases(crianças), para construir uma sociedade mais consciente para os problemas que a rodeiam.

Projeto "Concelho Amigo, Utente Prevenido"

O projeto "Concelho Amigo, Utente Prevenido" é mais um projeto implementado na Unidade Local de Saúde na qual estou a desenvolver o Estágio III, do Curso de Saúde Ambiental.

Pretende ser um meio de contato com os utentes, para que estes sejam sensibilizados em relação a vários temas relacionados com a Saúde Ambiental.

Toda a informação divulgada é colocada num placar, onde fica disponível para os utentes.

Tem por objetivos informar e sensibilizar a população alvo, introduzir conceitos no seu dia-a-dia, e ajudar os utentes a prevenirem situações que lhes possam provocar doença.

A população alvo são os utentes do Centro de Saúde e esperamos que possam colocar em prática as informações de modo a promoverem a sua saúde.

Para desenvolver o projeto, os materiais necessários foram cartolina, folhas de papel, fita-cola, fio de lã e por fim o placar.

O primeiro tema a ser exposto par os utentes foi a Qualidade do Ar Interior.

Aqui ficam algumas fotos da construção e finalização do projeto.









quinta-feira, outubro 24, 2013

Projeto de Poupança de Energia

Foi-nos proposto por parte da Técnica de Saúde Ambiental, a realização de projetos para serem implementados no Centro de Saúde.

Realizamos várias propostas, sendo o seguinte, um projeto que já foi implementado neste centro pelos três estagiários de Saúde Ambiental.

O projeto tem como como título e slogan: "Basta tocar, para desligar".

Este projeto surgiu no âmbito dos programas de poupança de energia, já desenvolvidos pela Unidade Local de Saúde, que vem explicito no Despacho nº 4860/2013 de 9 de Abril, refere que "as entidades públicas do sector da saúde devem, no âmbito da implementação de um programa de eficiência energética, alcançar metas de redução relativamente a consumos de eletricidade e gás, consumo com água e produção de resíduos".    

Tem como objetivo sensibilizar os utentes e funcionários do Centro de Saúde, para a importância da poupança de energia,

A forma de chamar a atenção da população alvo, é realizada através de uma mão em papel, plastificada e que tem em roda o slogan do projeto. Tem cores vivas para ser mais apelativa à visão.


Tem como objetivo relembrar todas as pessoas deste centro, que utilizam equipamentos eléctricos, para os desligarem completamente, antes de abandonarem estes locais onde os estes estão instalados.
Outro objetivo é sensibilizar a população para os problemas ambientais que este desperdício de energia pode gerar.

Espera-se que o benifício para este Centro de Saúde seja a redução do consumo de energia.

Para a realização deste projeto foram necessário meios materiais, todos fornecidos pelo serviço.

Após a colocação das mãos juntos dos equipamentos, que já foi realizada nesta semana, irá ser enviado um e-mail a todos os funcionários a explicar o projeto e para os utentes uma folha a falar do projeto, colocada num local visível   para que estes tirem todas as dúvidas sobre as "mãozinhas que aí andam".

2ª Fase Lancheira Sorriso em Movimento

Foi realizada, mais uma viagem ao Agrupamento de Escolas da Amareleja, para avaliar os lanches e brincadeiras da turma do 2º Ano de escolaridade.

São vistos todos os lanches e apontada a sua composição, tendo em vista as gorduras e açucares do produto.

 O objetivo é sensibilizar os pais e as crianças, para lanches mais saudáveis e compostos por poucas gorduras e açucares.

Depois do intervalo são avaliadas as brincadeiras. Esta informação é importante, pois permite entender a forma como os alunos interagem e como estão integrados no contexto escolar.

Após as avaliações dos lanches e das suas brincadeiras, as crianças envolvidas no projeto tiveram mais uma vez a visita da equipa responsável pela monitorização destes alunos.

Destas vez a visita teve como objetivo a medição da altura, do peso e do IMC- Índice de Massa Corporal.
Para que as crianças se sentissem mais à vontade para realizarem estas medições, todos os equipamentos foram instalados numa sala reservada para o efeito. Com a devida autorização da professora, os alunos deslocavam-se a esta sala e realizavam todas a medições, de forma a fornecer dados aos monitores do projeto, para que estes possam fazer as avaliações e devidas comparações ao longo do programa.

Estas ação foi, realizada no Agrupamento de Escola de Barrancos.

Estas medições têm como objetivo o controlo dos alunos no seu crescimento, de modo a terem um crescimento saudável e assim evitar que estes possam desenvolver práticas alimentares incorretas e prejudiquem o seu corpo.

domingo, outubro 13, 2013

Uma atividade diferente

Para além das atividades normais que são desenvolvidas numa Serviço de Saúde Pública em Moura, existem atividades que não são planeadas e acabam por nos aparecer no caminho.

E assim foi na quinta-feira passada, dia 10 de Outubro, quando foi requerida a presença do TSA numa Posse Administrativa de uma habitação.

Foi determinada pela Câmara Municipal de Moura este tipo de ação.

A situação surgiu quando o queixoso verificou que uma das sua paredes de casa estava a sofrer infiltrações. Visto ser uma zona se antigas casas senhoriais, o escoamento das águas residuais ainda é feito através de uma fossa séptica. Uma vez que esta esteve congestionada durante muitos anos, o problema agravou-se na habitação do queixoso.

Deu entrada da queixa na Câmara Municipal de Moura, para que a situação fosse resolvida. Esta entidade de imediato entrou em contato com o proprietário do imóvel, mas este não deu qualquer tipo de resposta.
Assim sendo, depois de verificar a situação, a Câmara Municipal decretou a Posse Administrativa como solução.

O Técnico de Saúde Ambiental é envolvido nesta posse, pois foi solicitada pela CMM e  insere-se numa das suas áreas de atuação:

"Higiene do habitat e  promoção da salubridade urbana e rural...", de acordo com o Decreto-Lei 117/95 de 30 de Maio, Artigo 3º, Ponto 2, alínea c).

Logo, ao abrigo da alínea d), Nº 1, do Art.70, conjugado com o Art. 107 do Decreto-Lei 555/99 de 16 de Dezembro, alterado pela Lei 60/70 de 4 de Setembro, foi realizada esta atividade, que mostra também um pouco as parcerias que as Serviços de Saúde Pública locais podem desenvolver com as Câmaras Municipais, para melhorar a salubridade do habitat dos seus cidadãos.

Programa REVIVE

Uma das maiores ameaças ambientais, são as alterações climáticas que são responsáveis pelo aumento da frequência e intensidade da temperatura. Estes problemas já referidos levam a fenómenos extremos, tais com as cheias e as secas, que constituem graves problemas para a Saúde Pública. Estes problemas refletem-se principalmente na doenças associadas à água, aos alimentos e também ás doenças transmitidas por vetores.

Que tipo de doenças transmitem os vetores?

Transmitem doenças infeciosas aos seres humanos ou a vertebrados, pois os vetores, como os mosquitos ou as carraças, estão infetados com agentes patogénicos.

Criação do Programa REVIVE

O programa REVIVE foi criado através de uma parceria entre a Direção-Geral da Saúde, o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge/ Centro de Estudos de Vetores de Doenças Infeciosas e as Administrações Regionais de Saúde.
O concelho de Moura integra este programa devido à proximidade do Alqueva. Este lago artificial poderá ser um forte local de desenvolvimento de vetores devido às suas característica que são ideias para o desenvolvimento destes.

Objetivo

Tem como objetivo determinar o nível de risco associado à presença de culicídeos (mosquitos) no território português.
Mais tarde o objetivo foi alargado, acabando por abranger na investigação a caraterização dos ixodídeos (carraças).

O Programa REVIVE deve ser aplicado durante todo o ano, mas dá especial atenção aos meses secos, pois é nestes que as espécies em causa se encontram mais ativas.

Resultados

Todos os resultados obtidos das capturas nos Serviços de Saúde Pública e dos estudos do Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge, são divulgados para toda a população.

Atividades Desenvolvidas no Serviço de Saúde Pública

Durante esta semana, mais especificamente nos dias 7,8 e 9 de Outubro de 2013, foram realizadas atividades relacionadas com o programa REVIVE.

Culidídeos (Mosquitos)


No dia 7, foi apenas colocada a armadilha para mosquitos adultos, num terrenos junto a Moura.

A armadilha é constituída por um saco de rede, uma ventoinha, uma bateria, luzes ultravioleta e um recipiente de plástico. Junto da armadilha deixa-se um saco com gelo seco (Dióxido de Carbono na sua forma sólida e visível), que serve para atrair os vetores para a armadilha. Também é coloca junto da armadilha, um aparelho medidor de temperaturas e de níveis de humidade registados durante o processo de captura. Este processo deve ser realizado ao fim da tarde e só se deve fazer a recolha no outro dia pela manhã.

No dia seguinte (dia 8 de Outubro), realizámos a recolha da armadilha pela manhã, selando assim o saco de rede que capturou os mosquitos, de modo a evitar a sua fuga.


De seguida fizemos recolha de larvas e pupas de mosquitos, num lago artificial de um jardim público de Moura. Estes foram colocados em recipientes próprios da atividade (frascos de plástico).




Após estas duas recolhas, dirigimos-nos ao Centro de Saúde para colocar os recipientes com os mosquitos capturados, num frigorífico para que a sua atividade fosse reduzida e assim a sua transferência para outros recipientes fosse mais simples.
Ao fim da tarde, a armadilha voltou a ser instalada, desta vez na ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais) de Moura. O sistema utilizado foi igual ao que já descrevi em cima.

Por fim, no dia 9 de Outubro, pela manhã recolhemos a armadilha do local. Foi realizada uma nova recolha de larvas de mosquito, desta vez num bebedouro de animais, numa herdade junto de Moura.
Da parte da tarde, após uma estadia no frigorífico para a sua inativação, os mosquitos foram transferidos para os recipientes indicados.
Os recipientes foram devidamente etiquetados e colocados numa caixa de esferovite com um recipiente refrigerador.
Os frascos foram envolvidos em plástico para ficarem selados, a caixa foi cheia de papel para imobilizar os frascos.Depois a caixa foi fechada e selada com adesivo.
A este processo dá-se o nome de Triple Packaging. E assim a caixa estava pronta para ser enviada para o Instituto Nacional Dr. Ricardo Jorge.


Ixodídeos (Carraças)



A recolha de carraças começou a ser realizada no dia 8 de manhã num terreno junto a Moura.
Foi necessário tomar alguma medidas preventivas para a recolha de carraças.
As roupas tiveram de ser claras, para que fosse fácil a identificação de uma carraça no nosso corpo, meias compridas brancas por cima das calças, para evitar qualquer tipo de entrada de insetos na roupa e assim evitar contato com o corpo. Mas neste tipo de capturas, deve ser utilizado um fato de macaco branco, que providencia maior proteção.
Foi utilizada uma bandeira de captura, de cor branca e de tecido grosso e áspero.

No dia seguite, foi utilizado o mesmo sistema para proteção pessoal, mas desta vez a recolha foi realizada de dois modos: com a bandeira de captura e diretamente num animal (cão), que se encontrava com este tipo de parasitas.

Esta recolha foi realizada numa quinta em Moura.
O destino final dos animais capturados foi o mesmo que o dos mosquitos e o processo foi igual ao a cima referido.

Área de intervenção do Técnico de Saúde Ambiental (TSA)

Participei nesta atividade, pois é uma atividade desenvolvida pela Serviço de Saúde Pública no qual estou inserido.

Esta atividade é desenvolvida pelo TSA, porque uma das suas áreas de intervenção referidas no Decreto-Lei 117/95 de 30 de Maio, Artigo 3º, ponto 2, alínea a), diz que o TSA desenvolve:

"Proteção Sanitária básica e luta contra meios e agentes de transmissão de doença..."

Como medida de controlo e até mesmo de eliminação de mosquitos portadores de doenças, existem várias opções inovadores.. Por exemplo a Agência Espacial Europeia está a desenvolver um projeto, que visa localizar os mosquitos portadores de doença e as suas movimentações, através de um satélite.
O projeto tem o nome de VECMAP, isto é um mapa de vetores.

Para que na Europa as vagas de mosquitos e as doenças que estes transmitem não se tornem uma ameaça à Saúde Pública, é necessário realizar uma vigilância rígida e fazer a população entender que é bastante importante a sua prevenção.

sábado, outubro 05, 2013

Boas-Vindas

Sejam bem-vindos ao blog Uma fonte de Saúde Ambiental.

Este blog irá acompanhar-me durante neste novo capítulo da minha Licenciatura em Saúde Ambiental,
na qual me encontro no Estágio III numa Unidade Local de Saúde Pública.

Irei relatar aqui as minhas atividades realizadas nas várias áreas da Saúde Pública.

Até já

Projeto "Lancheira Sorriso em Movimento"

O projeto "Lancheira Sorriso em Movimento" foi candidatado pela ULSBA - Unidade Local de Saúde do Baixo Alentejo, à  Missão Sorriso.

Tem como foco principal a promoção da literacia em Saúde, tendo em vista várias áreas como a alimentar, nutricional e prática de atividade física, para que as crianças tenham escolhas saudáveis.

A população-alvo deste projeto são crianças do 1º
Ano do  1ºCiclo e que os irá acompanhar até ao 4ºAno.

Durante este percurso, os alunos poderão partilhar com os membros responsáveis pela Saúde Escolar, o tipo de alimentos que lhe são facultados nos seus lanches e o tipo de brincadeiras/jogos que desenvolvem no recreio.

A equipa de Saúde Escolar é multidisciplinar, sendo composta por:

3 Enfermeiras
1 Nutricionista
1 Fisioterapeuta
1 Higienista Oral
1 Técnica de Saúde Ambiental


O projeto visa também a promoção do consumo de pão, leite, iogurte, fruta e brincadeiras que desenvolvam  o bem-estar cognitivo, afetivo e psicomotor dos alunos.

 Tenta sensibilizar para o que é prejudicial à saúde da criança, como por exemplo salgados, refrigerantes, açucarados e doces.



Este projeto está a ser desenvolvido no Serviço de Saúde Pública na qual estou inserido como Estagiário de Observação, sendo as atividades realizadas no agrupamento de Escolas de Amareleja e Moura.

A primeira visita realizada no âmbito deste projeto, ocorreu no dia 30/09/2013. A atividade foi realizada com uma turma do 1ºAno do 1º Ciclo, tendo como objetivo monitorizar os lanches dos alunos, bem como as brincadeiras/jogos realizados durante o seu recreio.

Fonte: